Inserida no Centro Cívico de Carnaxide, inaugurado em 2004 na zona nova da vila, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo abriu portas nove anos antes, em 1995, sendo um templo co-paroquial com a Igreja de São Romão, ou seja, usufrui dos mesmos direitos desta Igreja Matriz. A sua construção ficou a dever-se ao facto de a paróquia de Carnaxide ter crescido imenso durante a segunda metade do século XX. Um crescimento ocorrido por duas vias: viu diminuir o território em função das novas reorganizações administrativas e deu-se um aumento significativo da população.
Desde a abertura deste novo templo religioso integrado no Centro Paroquial de Carnaxide, a Igreja de São Romão ficou apenas com a celebração de alguns casamentos e batizados, atendendo a que a vida da Paróquia passou a funcionar essencialmente nas instalações da nova igreja, que, em 2010, começou a acolher também a festa em honra de Nossa Senhora do Amparo. Até então, estas festividades religiosas eram celebradas na Igreja de São Romão, que havia recebido, a 5 de abril de 1810, autorização para instituir a solenidade em honra da santa, muito venerada pela população local. A devoção por Nossa Senhora do Amparo em Carnaxide foi alimentada por se acreditar que tinha protegido as pessoas que assistiam à missa na Igreja de São Romão quando ocorreu o terramoto de 1755 (1 novembro, Dia de Todos os Santos), salvando os crentes das consequências da terrível tragédia que se abateu sobre a região de Lisboa. Agradecida pela proteção recebida, a população prometeu prestar culto a Nossa Senhora do Amparo, todos os anos, no Domingo de Pascoela, altura em que ocorrem as festas em sua honra, com a Imagem a ser transportada em procissão pelas ruas da vila.
O cumprimento deste voto pela população só foi interrompido em 1910, ano em que foi implantada a República Portuguesa. Na altura, muitas igrejas foram encerradas, o que aconteceu também ao templo em honra de São Romão. Foi preciso esperar algum tempo até os crentes poderem voltar a prestar culto à sua santa protetora, situação que se mantém até aos dias de hoje. De referir que muitas alfaias de Nossa Senhora do Amparo foram oferecidas pela esposa do rei D. João VI (1767-1826), D. Carlota Joaquina (1775-1830), que chegou a bordar um fato completo para a imagem da santa.