Igreja de São Romão

Igreja de São Romão

Localizada bem no centro histórico de Carnaxide, a Igreja de São Romão é um templo religioso dedicado ao padroeiro dos lavradores e orago da Vila, que foi construído no local onde tinha sido erigida outra capela. Com base nas informações existentes, a construção desta obra sacra de referência do concelho de Oeiras ficou a dever-se a uma visita do Arcebispo de Lisboa D. Luís de Sousa (1630-1702) em 1676, sendo que a construção só terminou em 1694.

De acordo com os registos disponíveis, a igreja foi construída no mesmo local onde existiu um pequeno templo (ermida) que se encontrava em muito mau estado de conservação, igualmente dedicado a São Romão, uma construção datada do reinado de D. Fernando (1345-1383), o último rei da Primeira Dinastia, cuja morte ficou marcada pela crise de 1383/85, que levou à subida ao trono de D. João I (1357-1433), conhecido como o Mestre de Avis.

Ao longo da História, o templo recebeu várias intervenções até ser convertido em igreja paroquial no terceiro quartel do século XVIII. O relógio de Sol data de 1588, a torre do lado poente foi construída em 1688 e a sacristia remonta a 1694. Entretanto, o edifício sofreu graves danos em consequência do terramoto que devastou a região de Lisboa em 1755, vindo a ser reconstruído pelo povo de Carnaxide com o apoio do rei D. José I. As obras de reconstrução só ficaram concluídas em 1806.

A 5 de abril de 1810, por despacho, o padre Sebastião Henriques instituiu a solenidade em honra de Nossa Senhora do Amparo, cujas alfaias foram em grande parte doadas pela rainha e imperatriz D. Carlota Joaquina (1775-1830). De planta retangular, com uma fachada ao estilo barroco, o interior da igreja é constituído por uma só nave com cobertura em abóbada de berço. Destacam-se, no interior, os painéis de azulejos monocromos dos séculos XVII e XVIII que revestem a nave e a capela-mor. No ano de 1782, a rainha D. Maria I (1734-1816), que reinou entre 1777 e 1792 e ficou conhecida como a ‘Piedosa’ (pela sua dedicação às obras sociais) e ‘a Louca’ (por ter apresentado sinais de demência), mandou instalar todas as portas da Igreja, em madeira, que ainda hoje existem. Finalmente, em 1970, o padre Francisco dos Santos Costa assegurou a construção da Torre Sineira do lado nascente e a instalação das imagens de Santo António e São Vicente de Paula que ocupam os dois nichos da fachada. Além dos painéis de azulejos monocromos azuis dos séculos XVII e XVIII já referidos, que incluem representações de São Pedro e São Paulo, sob o coro-alto, faz também parte dos tesouros guardados na Igreja de São Romão da Carnaxide a Custodia Calix, em prata dourada, do século XVI. Como curiosidade, merece ainda referência o facto de este templo religioso ter sido poupado aos saques ocorridos durante as invasões francesas (1807-1811).

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