A água desempenhou um papel muito importante na História de Carnaxide, Queijas e Linda-a-Pastora, a começar pelos aquedutos construídos na região, nomeadamente o Aqueduto de Carnaxide, que forneceu o precioso líquido à vila com o mesmo nome, e o Aqueduto das Francesas, um ramal subsidiário do sistema principal do Aqueduto das Águas Livres, construído quando foi preciso reforçar o abastecimento a Lisboa.
As Lavadeiras, que lavavam as roupas das famílias abastadas da capital nos cursos de água da região, nomeadamente nas margens do rio Jamor, e os Aguadeiros, que ganhavam a vida a transportar barris de água às costas desde os chafarizes e fontanários até casa das pessoas no tempo em que ainda não havia água canalizada, são duas profissões antigas que ficaram na História.
Na região de Lisboa, a importante atividade dos Aguadeiros manteve-se até ao século XX, antes da generalização da água canalizada, sendo a distribuição assegurada, em grande parte, por indivíduos de origem galega e também por antigos escravos negros e mulatos. A rivalidade entre as duas fações obrigou mesmo a separá-las sendo-lhes atribuídas bicas distintas nos chafarizes para evitar conflitos.
Para se poder exercer a atividade de Aguadeiro, era obrigatório uma inscrição especial na Câmara. A guerra pela água obrigou a regular a profissão com a imposição de regras, normas e coimas para quem não cumpria com o estipulado. Havia normas de vestuário e os aguadeiros eram obrigados a participar na prevenção contra incêndios, mantendo o seu vasilhame pronto para acudir às emergências que surgissem.
Merece ainda referência, no território da União das Freguesias de Carnaxide e Queijas, a Empresa das Águas de São Marçal, instalada na Quinta do Salles (também conhecida como Quinta dos Cónegos), em Outurela, onde uma nascente existente no local permitiu, em 1940, assegurar o engarrafamento e comercialização de 193 mil litros de água, conhecida pelas suas propriedades medicinais.